Família israelense escapa de ataque iraniano: 'Só estamos vivos pela graça de Deus'
- 23/06/2025
Durante os ataques do Irã contra Israel na última semana, uma família em Jerusalém sobreviveu a um míssil que atingiu sua casa e afirmou que escapou com a ajuda de Deus.
Assim que os mísseis lançados por Teerã começaram a cair, Ariel Levin-Waldman e sua família correram para o abrigo antiaéreo, sem saber o que poderia acontecer.
"Por volta das cinco da manhã, recebi um alerta no meu celular. O alerta dizia: 'Vá para um abrigo em caso de extremo perigo de disparo de mísseis'. Corri escada abaixo, peguei minha esposa e meus filhos. Minha sogra estava descendo, e tínhamos entrado no abrigo antiaéreo no porão da casa”, disse Ariel à CBN News.
E continuou: “A porta ainda estava aberta porque estávamos esperando o pai dela descer também. E foi então que o míssil atingiu a casa. Houve um clarão — um estrondo alto — e tudo ficou escuro".
Em seguida, a família teve dificuldades para respirar devido à poeira no local e entrou em pânico: "Estávamos gritando. Eu me recuperei primeiro dos gritos porque percebi que, se estou aqui gritando, ainda estou vivo".
Ariel tinha um celular reserva no porão e conseguiu ligar para a polícia. No entanto, com a família ferida, eles não conseguiriam esperar até que os socorristas os encontrassem.
Socorrendo a família
Em meio à fumaça, Ariel conseguiu ver que não estava lesionado. Em seguida, ele localizou a família e viu que sua sogra estava presa debaixo de uma estante.
"Joguei minha filha, minha pequena, a bebê de sete semanas, por cima do ombro e levantei a estante de cima dela com uma mão. Tentei abrir caminho para minha esposa e meu filho (que não tem nem 3 anos) saírem do abrigo", contou ele.
Um bombeiro conseguiu localizá-los e os ajudou a sair do abrigo: "Eu não tinha ideia de quem era porque havia muita poeira e eu não estava enxergando as coisas com clareza. Mas ele nos conduziu pelas escadas do porão. O lugar havia sido subdividido, o porão se transformando em um apartamento secundário".
Ariel explicou que a parede do apartamento secundário explodiu com a queda do míssil, o que abriu caminho para eles subirem as escadas. Segundo ele, a família teria sido enterrada viva se o míssil não tivesse explodido a parede do apartamento.
Ao sair com cacos de vidro nos pés, Ariel entregou seu bebê a um bombeiro para que ele pudesse socorrê-la.
"Foi um momento caótico, porque no momento em que me virei para ajudar minha esposa com a outra criança, os paramédicos já tinham levado meu bebê para o posto de atendimento médico na rua e eu não tinha ideia de onde ela estava. As pessoas me viram coberto de sangue e poeira, andando pela rua atordoado, gritando: 'Cadê meu bebê? Cadê meu bebê?'. Acho que eles pensaram o pior", relatou ele.
Ariel, que trabalha no Centro Médico Sheba, perto de Tel Aviv, disse estar grato pelos profissionais de saúde que lhe deram mais do que ajuda médica.
"Todos os nossos bens materiais — cartões de crédito, nossas roupas — estão em pedacinhos. O Hospital Sheba foi muito importante. Eles nos deram roupas, brinquedos para as crianças e nos fizeram recomeçar", declarou Ariel.
Mais um livramento
Menos de 24 horas após o ataque do míssil, a família enfrentou mais um desafio que também os deixou em choque. O hotel em que eles estavam hospedados foi atingido:
"O hotel fica bem em frente ao Instituto de Ciências Weisman, que foi atingido diretamente por um míssil e quebrou todas as janelas", contou Ariel.
Quatro dias após as explosões, equipes de resgate retiraram seu cachorro dos escombros vivo.
"Quando digo que estamos vivos apenas pela graça de Deus, quero dizer que não houve sorte. Não há nenhuma explicação física para termos sido atingidos diretamente por um míssil e todos nós seis estarmos vivos. E todos nós saímos, praticamente ilesos. Estatisticamente, fisicamente não entendo como", declarou ele.
“É bem óbvio, Deus não me quer morto ainda — seja lá por qual motivo. Tenho coisas para fazer neste mundo. Ainda não sei o que é, mas enfim, vou fazer", concluiu.
